Muita gente deixa de usar ponto e vírgula pelo simples fato de não saber como e onde utilizá-lo. O uso mais evidente é em listas, muito comuns em materiais publicitários e documentos legislativos, como no exemplo abaixo:
“Art. 2o A assistência social tem por objetivos:
I – a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
(…)”
Mas há outro uso, dentro do texto corrido, que mais gera dúvida. A primeira questão importante é entender que o ponto e vírgula separa sempre duas orações completas, ou seja, duas frases com verbo e até com vírgulas internas. Também entendemos por orações completas aquelas que, isoladas, encerram uma ideia lógica. Veja os exemplos:
- Não esperava outra coisa; afinal, eu já havia sido avisado.
Percebam como as frases “não esperava outra coisa” e “afinal, eu já havia sido avisado” são frases compreensíveis se estivessem sozinhas em um texto, mas que se complementam quando colocadas lado a lado. Essa é uma das principais funções do ponto e vírgula: unir duas orações que se complementam.
- Os jogadores de futebol olímpico, com razão, reclamaram das constantes críticas do técnico; porém, o teimoso técnico ficou completamente indiferente aos apelos dos atletas.
No exemplo 2, também acontece essa ideia de complementaridade, mas há ainda outro ponto importante: as frases que se unem nesse período já têm uma pontuação particular, o que causaria confusão na leitura e geraria um período longo demais, com muitas vírgulas, se não usássemos o ponto e vírgula para separar as duas orações complementares.
Vale ressaltar que no exemplo 2 era perfeitamente possível usar um ponto fi